“Depois de um ano e meio tendo a maior evolução da minha carreira como tenista, eu estava me preparando para ir estudar nos EUA com bolsa de tênis. Foi então que minha vida deu um giro inesperado, e a arte impactou a minha alma”, relembra o ator sobre o começo de tudo quando tinha 20 anos.
Após alguns anos morando nos Estados Unidos, Gui foi indicado por Meire Fernandes, fundadora do LABRFF (Los Angeles Brazilian Film Festival) e produtora principal de “Solteira Quase Surtando” para viver o espanhol Miguel, aproveitando o idioma fluente vindo dos pais.
No filme - que teve a estreia interrompida no Brasil devido a pandemia do COVID-19, mas que estará disponível a partir do dia 9 de outubro nas principais operadoras de TV a cabo – Miguel, um empresário espanhol de 40 anos, vem fazer negócios no Brasil, morando alguns meses no Rio de Janeiro. Charmoso e bem-sucedido, o empresário conhece a protagonista Bia (Mina Nercessian), uma carioca que precisa encontrar o homem perfeito para se casar e ter filhos. O romance então começa. “O filme é primeiramente uma comédia, mas com momentos dramáticos e emocionais. Então o que há de se esperar são muitas risadas como uma forma de aliviar e esquecer um pouco toda essa crise que estamos vivendo, mas também com leves toques de outras emoçōes”, revela. O filme estará disponível no iTunes, Google Play, Net Now, Vivo Play, Sky e Claro Vídeo.
Das quadras de tênis para a carreira de ator:
Gui relembra que o foco nas quadras de tênis foi também fundamental para a sua disciplina nas artes, e conta: “O tênis foi fundamental na criação da minha disciplina, esforço e dedicação que considero meus principais pontos forte. E isso, graças ao apoio incondicional dos meus pais.”
Um ano após terminar o ensino médio no Brasil, Gui optou por jogar o circuito profissional de tênis em vez de ir para a faculdade, e aí começa a sua história com a Venezuela, onde, a princípio, foi por 3 meses para participar de alguns torneios, porém acabou ficando por quase 2 anos. Sua melhor fase no esporte também o levou a sua melhor forma física , que o garantiu convites para campanhas publicitárias e modelagem.
O caminho do novo modelo começou a mudar quando a agência o enviou para um casting da rede Subway, onde pela primeira vez, precisaria atuar. Sem experiência na área, na época, Gui narra: “Foi um desastre. Mas eu sabia que era com os comerciais que se ganhava mais dinheiro. Entao voltei pra minha agência pra pedir uma recomendação de uma escola de atuação”, e como um competidor, o tenista mergulhou na preparação para tornar-se um ator.
Iniciando na ‘Escola de Atores’ de Matilda Coral, indicada pela sua agência, sua primeira experiência observando e logo os primeiros exercícios de atuação o fizeram se apaixonar pela arte. “Foi muito intense mas fascinante demais. Um desafio muito grande e diferente para mim, e o medo era gigante, mas acho que isso me motivou ainda mais a continuar.” Mais alguns meses conciliando treinos, jogos e o estudo de atuação, o levaram ao ‘Teatro Luz Columba’, famosa escola de atuação venezuelana, onde somente esteve por 3 meses devido à bolsa de estudo que conseguiu como tenista nos EUA. Então foi assim que deixou a Venezuela e foi para a Carolina do Norte, EUA, onde iniciaria sua dedicação aos estudos da arte. Ele apenas ficou um ano antes de se mudar para Miami, Flórida, deixar o tênis e se dedicar completamente à atuação.
Novelas, mais de 100 comerciais e sucesso em séries:
As oportunidades foram surgindo e hoje, Gui Agustini coleciona experiências. Em sua primeira peça de teatro atuou como protagonista na conhecida peça “Picnic”, que lhe rendeu uma indicação ao Irene Ryan’s Award. Na TV, começou atuando em duas novelas da Telemundo e alguns comerciais. Poucos anos depois, teve seu primeiro papel recorrente na série de sucesso da Nickelodeon “Grachi 2”. A seu ver, porém, o personagem mais importante de sua carreira chegou no ano seguinte, com a interpretação de Carmelo, em “11-11 En Mi Cuadra Nada Cuadra”, também da Nickelodeon, com elenco latino de peso. Em segundo lugar, está sua participação na série americana “The Glades”, série de sucesso da A&E. Logo vem o comercial nacional para Dish Networks, que passou durante o Super Bowl, onde Gui atua ao lado de Norman Reedus, ator principal da série The Walking Dead.
Além de atuar, Gui também dirige e produz. Destaca como um dos pontos altos de sua carreira seu curta-metragem “Roses Are Blind”, com 8 prêmios em 11 festivais americanos, e que será convertido em seu primeiro longa-metragem. A história de como Gui se interessou pelo universo da direção começou em Miami, movido pela frustração de ter atuado em diversos curtas, os quais acabava não gostando do produto final ou nunca sequer os via. “Eu me considero humilde e modesto, e nao sabia nada de direcao, porem eu não conseguia tirar da mente a ideia de que eu poderia criar um produto final muito melhor que qualquer um dos que eu já havia participado. E isso me deu motivação para criar meu primeiro curta”, conta.
Dessa forma, ao lado de Christina Breza, desenvolveu o curta chamado “The Perfect Stroke”, baseado nas experiências reais vividas pelos dois. Ele como tenista, ela como garota de campo amante de cavalos. “Eu sou muito visual, então gostei muito do processo de pensar em imagens como diretor”, e completa “eu costumo dizer que sou primeiramente ator e logo filmmaker. Então, a preferência segue sendo atuar. Mas a minha segunda paixão hoje é direção. E assim, no meio artístico hoje em dia não basta fazer ou saber de uma coisa somente. Principalmente para quem está no começo de carreira e buscando espaço nas produções de alto nível.”
Brasileiríssimo:
Nascido e criado em Campinas, apesar de sua família ser toda estrangeira, o ator diz que se sente 100% brasileiro. “Eu me identifico muito com a alegria do povo brasileiro e a maneira extrovertida de ser. E também sempre fui muito influenciado pelo esporte e música brasileira”, conta.
Apesar da admiração pelo audiovisual no Brasil, o ator diz que não pretende voltar a morar no país, mas diz que gostaria de continuar criando personagens para o mercado brasileiro: “Não é um desejo forte voltar a morar no Brasil, ainda mais agora que acabo de me mudar para Los Angeles; um sonho meu. O que quero sim é voltar ao Brasil para participar de filmes e séries. Porém, o mundo dá muitas voltas, e a gente nunca sabe o que possa acontecer. Então eu continuo sempre aberto às oportunidades da vida. Se não fosse assim, eu não estaria onde estou hoje.”
Morte do pai na pandemia e planos para o futuro:
A frente de sua vontade de ampliar a carreira no Brasil, Gui tem a visão de que está só começando no mundo da arte, apesar da carreira extensa no exterior. O ator conta um pouco sobre seus planos e sonhos para o futuro: “Meus sonhos e ambições são grandes. Quero interpretar um protagonista em uma série americana de sucesso, ter um longa-metragem independente, como ator ou diretor, ou os dois, em festivais como Tribeca, Sundance e Cannes, e participar de filmes e seriados astros que sempre admirei muito”.
Devido a pandemia, o ator viu a sua carreira se desestruturar, principalmente após a morte do pai, duas semanas após a paralisação dos cinemas nacionais. “Eu vi a minha vida mudar em todos os aspectos. Passei 5 meses em Campinas com a minha mãe lidando com o luto e deixei toda a minha carreira de lado” conta sobre as dificuldades deste período. Agora Gui mudou para Los Angeles e diz que o objetivo é começar uma vida nova.
“Eu estou confiante na minha mudança e recomeço. Sou um otimista. Não tenho grandes expectativas pra este ano mas farei tudo ao meu alcance junto aos meus representantes para criar oportunidades. Continuo aceitando a situação global como é e só penso naquilo que posso controlar. Meu foco e objetivo é estar o mais preparado possível para as novas demandas do mercado; com os olhos em 2021”, finaliza sobre as expectativas para o futuro. Desde criança, Gui Agustini sempre foi um morador do mundo. Brasileiro, nascido e criado em Campinas, é filho de mãe argentina e pai peruano. Dedicou sua infância e adolescência ao tênis, que o levou a diversos países com destino marcado a morar na Venezuela, onde encontrou seu dom para atuação. Hoje, com séries de grande sucesso em todo o continente americano no currículo, criação de mais de 10 curtas-metragens premiados, diversas campanhas publicitárias, novelas, peças de teatro - sendo todos seus trabalhos fora do Brasil - Gui estreia na TV brasileira com seu primeiro longa-metragem nacional, “Solteira Quase Surtando”, com direção de Caco Souza. | |
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