quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Brunner realizou intervenção durante "Grito dos Excluídos" do SEFRAS com projeções em prédio do centro do Rio

Artista visual que já mantém uma forte conexão de sua arte com questões de política e cidadania criou uma nova linguagem dentro de seu projeto provocador ARTELUX que une a inspiração na pop art e o fogo como símbolo de transformação.

Convidado para ser autor e curador do conteúdo artístico do SEFRAS para a manifestação ocorrida durante o “Grito dos Excluídos”, no dia 7 de setembro, as 7h07 da noite, o artista visual e performer Brunner apresentou pela primeira vez um desdobramento de seu projeto ARTELUX. Obras que, literalmente, nasceram com o tamanho de uma caixa de fósforo, neste dia ganharam a dimensão gigante da causa em uma grande projeção em um prédio do Lardo da Carioca, no centro histórico do Rio de Janeiro.


O “Grito dos Excluídos”, surgiu em 1994, a partir do processo da 2ª Semana Social Brasileira, da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do “grito” estava a de fazer um contraponto ao Grito da Independência. 
O local escolhido para a manifestação foi intencional, pois ali, ao lado das paredes urbanas, do abandonado Centro do Rio de Janeiro, funciona hoje a emergencial Tenda Franciscana que distribui refeições duas vezes ao dia para a população em situação de rua.
Transformação pelo fogo da ARTELUX
A ARTELUX nasceu inspirada na pop art e, em 2019, ganhou exposição na Galeria Apis, no Rio. Trata-se de uma produção em série de caixinhas de fósforo identificadas com uma marca idealizada pelo artista, a ARTELUX.
Na expo de 2019, as caixinhas são disponibilizadas para venda no espaço expositivo pelo preço usual de uma caixa de fósforo. O público levava para casa não como arte, mas como fósforos utilizáveis em suas necessidades comuns do cotidiano. 
“No ‘Grito dos Excluídos’ as caixas de fósforo da ARTELUX ganharam uma função de compartilhamento do fogo, como transformação, ou da luz para que as pessoas que vivem à margem da sociedade possam ser vistas. Representantes desses cidadãos abandonados pela sociedade estiveram presentes nessa intervenção, iluminados pelo fogo e invadindo o olhar de quem insiste em ignorá-los”, explica Brunner.
O convite feito a Brunner leva em consideração a narrativa do projeto ARTELUX, que propõe uma reflexão política sobre o sistema e seu funcionamento. O projeto foi um disparador para insurgências e transformações internamente ao próprio sistema.
A organização, que pela primeira vez se expressou por meio da intervenção de um artista moderno, corrobora seus valores de transformação social. O fogo, e a relação com a linguagem e estilo da pop art, marca o sinal de transformação como necessidade e chama atenção para a atual necessidade de reforçarmos a pauta da dignidade humana em nosso país.
Sobre o SEFRAS: www.sefras.org.br
Sobre o artista: www.brunner.press/sobre


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