A bíblia da segunda onda do feminismo
feminista Gloria Steinem.
Cinquenta anos depois de sua primeira publicação, Editora Rosa dos Tempos lança A mística feminina no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, com textos inéditos da autora Betty Friedan. O clássico, considerado um dos mais importantes do século XX, representa a segunda onda do feminismo. Realidade retratada no livro é exibida em séries de TV como As crianças estão bem, Mad man e Coisa mais linda
Importante ativista feminista e cofundadora da Organização Nacional para Mulheres (NOW), Betty Friedan continua sendo referência no movimento feminista até os dias atuais. Com profunda bagagem teórica, incansáveis entrevistas e, principalmente, empenhada em entender o problema que as mulheres estavam sofrendo no seu país, Friedan lançou A mística feminina em 1963 nos Estados Unidos. Livro chegou ao Brasil em 1971 e teve sua última edição lançada há mais de vinte anos pela editora Roda dos Tempos, de Rose Marie Muraro. Em edição comemorativa de 50 anos, o livro retorna às livrarias com textos inéditos da autora que fundou o Núcleo Político Nacional da Mulher ao lado da feminista Gloria Steinem.
A mística feminina
(The feminine mystique)
Betty Friedan
Tradução: Carla Bitelli; Flávia Yacubian; Bhuvi Libanio; Marina Vargas
560 pág. | R$ 69,90
Rosa dos Tempos | Grupo Editorial Record
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Estranhamente entediada em escrever artigos sobre amamentação para as revistas Redbook e Ladies'Home Journal, a americana Betty Friedan resolveu aplicar um questionário para suas colegas de faculdade, em 1957, com o objetivo de descobrir a causa de um “vazio existencial” que atingia a maioria das mulheres brancas dos Estados Unidos. A incógnita, denominada como “problema sem nome” pela autora, não era solucionado com o casamento ideal, filhos educados ou uma casa de alto nível. Afinal, o que mais as mulheres poderiam querer, se não ser “esposa dona de casa”?
As conquistas de um século antes, protagonizada por outras feministas, como o direito ao voto e o ingresso na universidade, pareciam não importar para as norte americanas da década de 1950 e 1960. As mulheres estavam se casando mais cedo, desistindo dos estudos e engravidando cada vez mais. “Em meados da década de 1950, 60% delas abandonavam a faculdade para se casar ou por temerem que o excesso de educação fosse um obstáculo para o casamento”, registra a autora no livro. Porém, mesmo se enquadrando no estilo de vida considerado perfeito, comprometidas com a própria feminilidade, elas permaneciam insatisfeitas, com a sensação de “Isso é tudo?”.
Para a mística feminina, isso era realmente tudo. Sustentada pela mídia, que reforçava o discurso ao produzir artigos que ensinavam “como fisgar e manter um homem”, “como amamentar os filhos e fazer o desfralde”, “como comprar uma lava-louça, assar pão, cozinhar escargots e construir uma piscina com as próprias mãos”, as mulheres deveriam prezar pelo seu instinto materno e sua natureza sensível. Não precisavam ocupar o mesmo espaço dos homens, pois não eram iguais a eles. Suas atribuições eram outras.
Betty Friedan, acumulando não só a própria experiência com a mística feminina, como relata no epílogo ao fim do livro, mas se debruçando em uma extensa pesquisa e séries de entrevistas, que vão desde as próprias norte americanas até os editores de revistas femininas, conselheiros matrimonias, médicos, psicólogos e sociólogos, ela discorre além do “problema sem nome”. O clássico relembra a história e a importância do movimento feminista, a luta da autora pelo os direitos das mulheres, os mecanismos do controle de gênero e os desafios que permanecem até hoje fincados na sociedade. O livro A mística feminina mostrou há um século o que ainda é preciso reafirmar hoje: “no fim, a mulher, assim como o homem, tem o poder de escolher, de criar seu próprio céu ou inferno. ”
SOBRE A AUTORA
Betty Friedan foi psicóloga, jornalista e ativista estadunidense, cofundadora da Organização Nacional para as Mulheres (NOW) e uma das primeiras líderes do movimento pelos direitos das mulheres nas décadas de 1960 e 1970. Ajudou a fundar associações pró-escolha e foi cofundadora do Núcleo Político Nacional da Mulher, ao lado da feminista Gloria Steinem. Por meio dessas organizações, Friedan teve grande influência na mudança de leis ultrapassadas, como práticas sexistas de contratação, desigualdade salarial de gênero e discriminação na gravidez. Friedan faleceu em 2006, no dia do seu 85º aniversário
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