domingo, 16 de fevereiro de 2020

Theatro Municipal de São Paulo recebe inédito concerto em homenagem a Irmã Dulce
Obras são do maestro e compositor baiano Roberto Laborda, atual diretor da Orquestra Metropolitana de Barcelona; As peças foram executadas pela primeira vez em Roma (Itália), em outubro do ano passado, durante a canonização da religiosa brasileira.

Maestro Roberto Laborda faz a estreia das composições no Brasil no Theatro Municipal de São Paulo

O Theatro Municipal de São Paulo recebe, no próximo dia 19 de fevereiro, às 20h, o concerto Senzalas Brasileiras, do regente e compositor baiano Roberto Laborda. O programa reúne o conjunto de composições homônimas e fragmentos da ópera Irmã Dulce, uma homenagem à primeira santa brasileira. Apresentadas pela primeira vez no Brasil, com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM), as obras foram compostas para diferentes formações instrumentais.



Nascido em uma família de músicos espanhois, Laborda, 39 anos, começou a tocar piano de forma espontânea ainda aos seis anos de idade. Radicado na Europa há quase duas décadas, é o atual diretor da Orquestra Metropolitana de Barcelona (Espanha). Com ótimas críticas recebidas na Europa e Rússia por suas composições, Laborda afirma que a apresentação no Brasil é especial. “Tenho uma carreira consolidada na Europa. Mas o sonho de todo brasileiro é mostrar seu trabalho no seu país. Estrear no Brasil, no Theatro Municipal, regendo a Orquestra Sinfônica de São Paulo, em um concerto apenas com obras minhas é muito gratificante”, celebra o maestro.
Executada pela primeira vez em Roma (Itália), em outubro do ano passado, durante a canonização da religiosa brasileira, as composições da ópera Irmã Dulce revelam a influência da baianidade no estilo de Laborda. Nas entrelinhas das obras sinfónicas, o maestro deixa latente a influência do folclore brasileiro.
Inspiradas nas dificuldades da religiosa, responsável pela construção de um hospital no terreno onde havia um galinheiro, as peças também passeiam pela Salvador natal do regente, e têm como pano de fundo o romance entre a jovem pobre Gabriela do Rio Vermelho e o aristocrata Barão de Lanat. As personagens serão representadas, respectivamente, pela soprano Elayne Caser e pelo tenor Rubens Medina, ambos do Coro Lírico Municipal de São Paulo, corpo artístico do Theatro Municipal.
Dando continuidade ao programa, as composições batizadas de Senzalas fazem alusão à palavra em seu sentido literal. “Eram lugar de dor e sofrimento, mas também abrigavam a esperança da liberdade. Esse paradoxo me inspirou a compor uma série de obras sobre o sofrimento, as dores e a incessante busca humana por liberdade e felicidade”, contextualiza Laborda.
Com forte influência dos sons e folclore baianos, as obras manifestam um caldeirão de ritmos. No prelúdio de Senzala nº 1, surge a “Esperança Sertaneja”, retrato do brasileiro que sai do campo em busca de uma vida melhor na capital, mas encontra apenas a exploração da sua mão de obra. Compostas para orquestra de cordas e piano, as Senzalas nº2 trazem a visão do brasileiro sobre as belezas da Europa, sem deixar de lado as marcas de um passado de guerras e disputas territoriais.
O primeiro acorde de Riga lembra a explosão de uma bomba da 2ª Guerra Mundial. As notas seguintes revelam a dramaticidade da trama imaginada pelo compositor. Um homem arrancado da família é levado ao cárcere na Sibéria. Enquanto espera a morte, ele é surpreendido pela libertação e pela volta da esperança.
Na obra Romance em Praga, o diálogo entre o violino e o violoncelo revela a batalha travada pelo compositor Antonín Dvorak na busca por consumar seu amor impossível. Apaixonado por uma mulher comprometida, o compositor construiu para ela um quarto em sua casa, na esperança de que deixasse o marido “ainda que aos 80 anos de idade”. A peça venceu o prêmio Dvorak, da República Tcheca.
Serviço:                                                                                   
Quarta-feira,19, às 20h
Theatro Municipal de São Paulo
Sala de Espetáculos

Senzalas Brasileiras Homenagem a Irmã Dulce, de Roberto Laborda
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Roberto Laborda, composição, piano solo e regência
ElayneCaser, soprano integrante do Coro Lírico Municipal de São Paulo
Rubens Medina, tenor integrante do Coro Lírico Municipal de São Paulo

 
Programa
ROBERTO LABORDA

1.Ave Dulce (trechos da ópera)
I.Entreato-O Anjo de luz
II.Aria para Gabriela do Rio Vermelho (Tenor)
III.Aria de I.Dulce: Pai Nosso (Soprano)
IV.Motive-Instrumental
V.Dueto: Coração da Terra (Soprano + Tenor)
VI.Interlúdio Instrumental – O Último Adeus
VII.Aria Ave Dulce- (Soprano)

2-Macumba-Fantasia Popular baiana
I.Fim de tarde no Solar do Unhao
II.Roda no Elevador Lacerda
3. Senzala Nº 2 para Orquestra de Cordas e Piano Solo
I. Romance de Praga
II. Romance de Riga
4. Senzala Nº 1 para Orquestra Sinfônica
I. Prelúdio – Esperança Sertaneja
II. O Último Pau-de-Arara
Duração aproximada: 90 minutos
Indicação etária: Livre
Ingressos: R$ 40 / R$ 30 / R$ 12
Vendas: pelo site theatromunicipal.org.br ou na bilheteria do Theatro Municipal.
Horário de funcionamento da bilheteria: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.

Assessoria de comunicação

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