sábado, 20 de julho de 2019
Na contramão da tendência do fast fashion, empresário busca retorno à autenticidade no mundo da moda.
Assim como o fast food invadiu a gastronomia a partir dos anos 50 nos Estados Unidos, espalhando-se por todo o mundo, o mundo fashion vive hoje a era do ‘fast fashion’, que significa um padrão de produção e consumo no qual os produtos são fabricados, consumidos e descartados rapidamente. Este modelo de negócios além de gerar polêmicas, como os recentes casos de trabalho escravo associados a grandes marcas do ramo em países do sudeste asiático, implica questões ambientais e principalmente na uniformização da moda, cada vez mais fria e sem alma.
Na contramão desta tendência, o empresário do mundo fashion e influenciador digital Douglas Rocha tem procurado ressignificar e influenciar a sociedade através da moda, tomando a questão como ponto de partida para debater temas como sustentabilidade, consumismo, exaustão de recursos naturais e vida: “há 4 anos atrás a sustentabilidade passou a pautar também o meu conceito de moda. Eu me tornei vegetariano e parei de me render ao consumismo desenfreado. O vegetarianismo assim como outras vertentes que tocam no ponto da sustentabilidade abrem a nossa mente. Eu nao quer comer algo por simplesmente comer, trabalhar por trabalhar, eu quero que meu modo de vida seja benéfico para a sociedade, que possa causar impactos e mudanças positivas, e então comecei a olhar a moda com outros olhos. No entanto as coisas não acontecem da noite para o dia”
Douglas tem uma relação profunda e pessoal com a moda e a fotografia, e expressa esta intimidade através de seus posts e na maneira como conduz os seus negócios: "desde os meus 12 anos sempre gostei da fotografia, mas junto a ela da produção e de estética. Fui influenciado pela minha mãe que trabalha com moda há mais de 30 anos. Sempre gostei do mundo fashion e de compreendê-lo como um todo, desde a concepção ao desfile, à coleção já nas ruas, passando pela produção. Essa transição que eu to tendo de moda sustentável é interessante. É difícil compreender tudo no mundo da moda. Eu estou nessa transição, evitando o caminho do fast fashion, e quero que a minha produção de moda seja em um futuro próximo 100% eco-friendly, sustentável. Eu ainda estou buscando compreender todas as vertentes e um modelo de negócios que permitem que se consiga uma moda 100% amiga do meio ambiente”.
Para ele, existe uma contradição que precisa ser resolvida para alcançar o equilíbrio: “vejo muitos outros profissionais da moda falarem sobre sustentabilidade, mas o problema é que essa industria, principalmente com o fast fashion, se tornou predatória, tanto em recursos humanos como naturais. É muito estranho trabalhar com moda, ser a favor da sustentabilidade, e no final sustentar um sistema que você não sabe bem como funciona. Desde então eu busco encontrar esse equilíbrio, não apenas com minhas criações mas contribuindo com uma influencia positiva através da moda e das minhas atitudes para a sociedade em geral. É o que eu busco, ir na contramão do fast fashion, do consumismo desenfreado e das relações predatórias com a natureza”
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