domingo, 9 de junho de 2019

Cinema nacional é ruim? Não sei, só sei que foi assim...

*Daniel Bydlowski

No dia 19 de junho comemoramos o Dia do Cinema Brasileiro. As produções nacionais começaram lá em 1896 e a atualmente as produtoras brasileiras lançam mais de 100 projetos cinematográficos por ano, porém nem todos alcançam divulgações e salas comerciais.


Não se sabe a verdade, mas dizem que o primeiro filme brasileiro foi o Vista da Baía da Guanabara, que teria sido filmado pelo cinegrafista italiano Affonso Segretto. Se esse longa foi gravado, não sabemos, mas nunca chegou a ser exibido.
Atualmente, são consideradas as primeiras produções brasileiras: Ancoradouro de Pescadores na Baía de Guanabara, Chegada do trem em Petrópolis, Bailado de Crianças no Colégio, no Andaraí e Uma artista trabalhando no trapézio do Politeama.
Temos muitos motivos para comemorar esse dia. Conto um pouquinho abaixo sobre as muitas conquistas do cinema brasileiro.

- Central do Brasil recebeu dezenas de prêmios, como o Urso de Ouro de Melhor Filme e o Urso de Prata de Melhor Atriz (Fernanda Montenegro) no Festival de Berlim, além do BAFTA (prêmio da Academia Britânica de Cinema) e o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e duas indicações ao Oscar (Filme Estrangeiro e Atriz).
- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) entrou na Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, concorreu ao prêmio Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes.
- E Cidade de Deus (2002)? Foram mais de 52 prêmios pelo mundo e quatro, sim quatro, indicações ao Oscar de 2004. Já o O Que é Isso, Companheiro? (1997) foi indicado ao Oscar em 1998.
- O brasileiro Flávio Migliaccio interpretou 8 personagens em uma única produção brasileira.
- O Palhaço (2011), O Auto da Compadecida (2000), Que Horas Ela Volta? (2015), O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006) são longas que cativaram a opinião pública. Utilizaram as marcas mais fortes do brasileiro, a latinidade, o amor e a empatia.
- Para dar mais valor ainda para o nosso cinema, os filmes Os Infiltrados (2006), A ilha do Medo (2010), Cabo do Medo (1991) e Touro Indomável (1980), dirigidos por Scorsese foram influenciados por Glauber Rocha, cineasta brasileiro.
- Sonia Braga, Alice Braga e Rodrigo Santoro são três dos nomes que andam pelo cinema internacional e fazem filmes de sucesso. Mas o pioneiro foi Synésio Mariano de Aguiar, cognominado Syn de Conde, o primeiro brasileiro a atuar em Hollywood.
- O primeiro filme de bilheterias é o Nada a Perder (2018) com mais de 11.226.127 de expectadores, seguido de Os dez mandamentos (2016) com mais de 11.183.219 e para completar o TOP 3 vem o Tropa de Elite - Agora o Inimigo é Outro (2010), com 11.146.723 de bilhetes vendidos.
- As animações tomam conta de grande parte da indústria cinematográfica. Rio (2012) foi indicado à estatueta na categoria de melhor canção. Ferdinando (2018), aquele tourinho simpático, foi indicado para melhor filme de animação, feita por um brasileiro.

Agora para o segundo semestre já esperamos algumas produções aguardadas pelo público e pelos críticos. O filme Hebe será uma gracinha! A vida da apresentadora foi um show à parte da TV e com certeza será um marco na categoria biografia e estreia em 15 de agosto.
O pessoal dos anos 90 vai curtir muito assistir Eduardo e Mônica, a música do famoso Legião Urbana, tema de muitos amores, que irá para as telonas no dia 10 de outubro. Simonal, que dispensa qualquer apresentação, vai ganhar sua biografia também em 19 de setembro.
Para os pequenos, a live action de A Turma da Mônica chega nos cinemas 27 de julho. Aposto que essa produção será assistida do vovô até às crianças.
O Cinema Brasileiro é cheio de talentos, emoções, tecnologia e histórias profundas com muita brasilidade.

Sobre o cineasta: O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em New Port Beach como melhor curta infantil, no Comic Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.

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