Oscar Schmidt no Grande Círculo (Crédito Bob Paulino/Divulgação SporTV)
Oscar Schmidt é o convidado de Milton Leite no Grande Círculo deste sábado, 25, às 22h30
Programa do SporTV entrevista o ex-atleta que fala sobre carreira, o cenário mundial do basquete, o contexto e a situação da modalidade no Brasil, além da luta contra o câncer
São quase 50 mil pontos em quadra. Por vontade própria, recusou duas vezes entrar na NBA. Seu apelido é “Mão Santa” e, fora das quadras, usou toda a sua garra para vencer o jogo mais difícil da sua vida: a luta contra o câncer. Oscar Schmidt é o convidado de Milton Leite no próximo Grande Círculo, no SporTV, neste sábado, 25 de maio, às 22h30.
Na bancada de entrevistadores, Oscar contou com profissionais que conhecem bem o cenário do basquete no Brasil, além de nomes bem próximos: o irmão e jornalista Tadeu Schmidt, a ex-atleta e amiga Magic Paula, o narrador da ESPN Everaldo Marques, o narrador Luís Roberto, o apresentador Felipe Andreoli e o repórter Marcelo Courrege. Em um bate-papo sincero, o ex-jogador falou sobre sua carreira, os momentos marcantes de sua trajetória, o panorama atual do basquete mundial e a realidade do basquete brasileiro, além da vida pessoal com a luta contra o câncer.
Sobre a trajetória profissional, Oscar revelou a Magic Paula que tem um arremesso que se arrepende até hoje de ter errado.
“Não ganhamos a Olímpiada de Seul por culpa minha, né? No arremesso decisivo eu errei. Não tem um dia na minha vida que eu não pense nesse arremesso. Porque eu me considero culpado da gente não ter ganho”, contou.
Milton Leite destacou como ponto alto da carreira de Oscar a histórica medalha de ouro da Seleção Brasileira de Basquete contra os Estados Unidos, nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em 1987. Este jogo, destacou Marcelo Courrege, representou um avanço e uma referência na regra do basquete com a consolidação da bola de três pontos.
“Esse episódio é uma coisa de louco, inacreditável até para nós. Talvez se a gente tivesse jogado dez jogos com os EUA teríamos ganhado só aquele, porque aquele era o dia. Aquele jogo mudou a vida de todos que estavam ali. E Ary Vidal (treinador), quando começou a linha de três pontos, chamou eu e Marcel, mostrou a linha e falou ‘Está vendo essa linha aqui? Foi feita para vocês dois. Pode chutar tudo que eu garanto (risos)’”, contou o “Mão Santa”.
Quando o assunto é sobre a sua recusa a NBA, Oscar fala com orgulho sobre o episódio.
“Eu não fui para a NBA porque eu não quis. Porque indo para lá eu deixaria de jogar na Seleção Brasileira. E me orgulho muito disso. Fui para o Campus do New Jersey Nets, em 1984, só para saber se eu seria capaz de jogar ali. Foram cinco amistosos com eles e no final me ofereceram um contrato e eu recusei imediatamente porque eu só queria saber se seria capaz”.
Na opinião do ex-atleta, ao ser questionado pelo irmão, Tadeu Schmidt, quem foi o melhor arremessador de basquete, Larry Bird leva o título.
“Larry Bird disparado. Ele é um fenômeno. É muito simples você ter um Michael Jordan que vai na cesta e marca. Agora, um cara que não sabe correr, não sabe pular e ainda joga melhor que todo mundo. Fenômeno”.
Marcelo Courrege questionou se Oscar não teria feito ou contribuído pouco para que o basquete brasileiro voltasse a ter o mínimo de administração:
“Vou te responder com uma frase: eu fiz uma liga (criada em 2005). Eu preciso falar mais alguma coisa? Acho que o meu tumor vem desse período aí (de crise na administração do basquete brasileiro). Eu fiz uma liga de basquete, chamava Nossa Liga, e convenci todos os times a participarem da minha liga. Desse ano teve campeão, foi o Limeira, e da CBB não teve campeão. Para você ver como era boa a CBB. Briguei na justiça com todos eles”, lembrou.
Coube a Tadeu as perguntas de cunho mais pessoais. Oscar falou sobre o momento em que descobriu o câncer ao ser indagado pelo irmão se o tumor mudou a sua maneira de encarar a vida e se, em algum momento, pensou que não haveria cura.
“Não pensei porque não é do meu feitio abandonar. Eu vou procurar a cura mesmo, eu vou morrer brigando. Você fica mais amargo durante o período porque você se pergunta: por que comigo? Fiz tudo direitinho a vida toda, como que esse negócio me aparece assim?”, revelou.
Após várias rodadas de sabatina, Oscar finalizou o programa destacando como gostaria de ser lembrado daqui a 50 anos:
“Um cara que treinou mais do que qualquer um nesse planeta. Não dá tempo de treinar o que eu treinei. Eu tenho um orgulho danado disso.
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