Literatura Atual.

LANÇAMENTO: dia 31 de março (domingo), a partir das 14h

LOCAL: Sesc Paço da Liberdade

Praça Generoso Marques, 189 – Centro / Curitiba   

O jornalista, professor, crítico e jurado dos prêmios APTR, Cesgranrio, Questão de Crítica e Reverência Daniel Schenker lança no dia 12 de setembro próximo o livro “Teatro dos 4 – A Cerimônia do Adeus do Teatro Moderno” (Ed. 7Letras), sobre a história do (já lendário) Teatro dos 4, que este ano comemora seus 40 anos. O texto de orelha é da historiadora e crítica teatralTania Brandão.

O livro, que conta com cerca de 70 fotos de espetáculos do Teatro dos 4, concentra-se no período de 1978 a 1993, gestão de Sergio Britto, Paulo Mamede e Mimina Roveda, quando a casa abrigou montagens históricas como “As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant”, primeira encenação brasileira do texto de Fassbinder, com Fernanda Montenegro, Renata Sorrah e Juliana Carneiro da Cunha; “Papa Highirte”, de Oduvaldo Vianna Filho, peça recém-liberada pela censura; “Afinal uma Mulher de Negócios”, também de Fassbinder, com Renata Sorrah e Ney Latorraca; “Rei Lear”, marcando os 60 anos de Sergio Britto; “Quatro Vezes Beckett”, com Ítalo Rossi, Rubens Corrêa e Sergio Britto, que apresentou Gerald Thomas ao Brasil; “Sábado, Domingo e Segunda”, de Eduardo de Filippo, que rendeu montagem de sucesso assinada por José Wilker; “A Cerimônia do Adeus”, marcando a transição de Mauro Rasi do besteirol para os textos autobiográficos, entre tantas outras memoráveis.

“Eu escolhi a história do Teatro dos 4 como objeto de estudo do meu doutorado tanto por remeter ao início da minha vivência como espectador – quando, em meados dos anos 1980, me deparei com os refinados espetáculos produzidos por Sergio Britto, Mimina Roveda e Paulo Mamede – quanto pela percepção de que representou um teatro de mercado que praticamente deixou de existir devido ao agravamento da situação econômica nas últimas décadas. O Teatro dos 4 traz à tona a valorização do texto, sem que isto implique em montagens subservientes ou pouco autorais em relação às peças escolhidas, do trabalho dos atores e da produção.”, explica Daniel Schenker.

A proposta dos sócios para o novo teatro que chegava era bastante clara desde o início: investir em montagens de textos renomados e interpretados por uma vasta galeria de atores, formada pelos mais importantes profissionais em atividade no Brasil daquele momento.

Ocuparam aquele palco, durante os 15 anos em que aconteceram estas montagens antológicas, um sem fim de grandes atores e atrizes, como Fernanda Montenegro, Nathalia Timberg, Cleyde Yáconis, Yara Amaral, Ary Fontoura, Ítalo Rossi, Sergio Britto, Paulo Gracindo, Henriqueta Brieba, Renata Sorrah, José Lewgoy, Paulo Goulart, Othon Bastos, Ney Latorraca, Miguel Falabella, José Wilker, Lilia Cabral, Osmar Prado, Cássia Kiss, Sergio Mamberti, Armando Bógus, Daniel Dantas, Cristina Pereira só para citar alguns.

O livro divide-se em três blocos: o primeiro (1978 a 1982) foi marcado pelas dificuldades inerentes à implantação do projeto e pelo início do desenvolvimento de um repertório composto por autores ainda pouco conhecidos no Brasil; o segundo bloco (1982 a 1988) retrata a época de ouro do Teatro dos 4, tanto pela ótima repercussão junto a público e crítica quanto pela relativa estabilidade propiciada pela entrada da Shell como patrocinadora; o terceiro (1988 a 1993) revela o esforço dos sócios em continuar viabilizando o projeto original, apesar das dificuldades – diminuição de público devido à escalada da violência, dificuldade dos atores na conciliação entre teatro e TV e o trauma da perda da intérprete mais constante, Yara Amaral, morta precocemente no naufrágio do Bateau Mouche, no réveillon de 1988/89.

O livro foi escrito a partir de minuciosa pesquisa ao longo de cinco anos em fontes escritas, registros em VHS de montagens, entrevistas e depoimentos variados - Daniel fez uma série de entrevistas com os sócios Sergio Britto e Paulo Mamede, além de atores, diretores e demais artistas que tiveram presença marcante no teatro naqueles anos de 1978 a 93.

SOBRE DANIEL SCHENKER

Daniel Schenker é Doutor em Artes Cênicas pela UniRio. Na área de teatro, escreve para o jornal O Estado de S.Paulo e o blogdanielschenker.wordpress.com. É professor de teoria do teatro da Casa das Artes de Laranjeiras (CAL). Participa das comissões dos prêmios de teatro APTR, Cesgranrio, Questão de Crítica e Reverência. Na área de cinema, escreve para o jornal O Globo, a revista Preview e o site www.criticos.com.br. Fez parte do júri da Fipresci nos festivais de Fribourg, Miami, Montreal e Rio de Janeiro. Integrou os júris da Abraccine nos festivais de Brasília, Gramado e Paulínia.