Teatro marginal de Plínio Marcos ganha outro olhar em “Navalha da Carne Negra”
Texto terá duas montagens em cartaz no Festival de Curitiba 2019
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Com 50 anos de história na bagagem, a peça “Navalha na Carne”, escrita por Plínio Marcos, o precursor do chamado “teatro marginal”, chega ao Festival de Curitiba em 2019 sob a perspectiva do olhar negro. “Navalha da Carne Negra” fará apresentações no Sesc “Navalha da Carne Negra” Esquina dias 03 e 04 de abril.
Os atores Lucelia Sergio, Raphael Garcia e Rodrigo dos Santos interpretam Neusa Sueli, Vado e Veludo, uma prostituta, um cafetão e um camareiro gay, que, nas palavras do crítico teatral Décio de Almeida Prado, fazem parte de um “subproletariado” – “uma escória que não alcançara sequer os degraus mais ínfimos da hierarquia capitalista”.
A direção é de José Fernando Peixoto de Azevedo, que usa câmeras para criar um “dispositivo-estúdio” em que as imagens são captadas e transmitidas ao vivo. “Presente o tempo todo em cena, a câmera, esse dispositivo de olhar e enquadramento, força a construção. O espectador vê o jogo em cena e compara com o corte que assiste na tela. Os monitores revelam a dimensão do corte, emoldurando o jogo e sua teatralidade”, explica o diretor, professor da Escola de Arte Dramática da USP, diretor e fundador do Teatro de Narradores (1997-2017) e colaborador do grupo Os Crespos, além de dramaturgo do espetáculo “Isto é um negro?”, que também se apresenta no Festival.
Perspectiva negra - “Navalha na carne Negra” trata do que o texto chama de corpo-mercadoria. “Essa redução perversa da imagem do corpo preto produzida pela história da escravidão: a mercadoria-corpo que é a prostituta Neusa Sueli estancando a fome com seu sanduíche de mortadela; da sexualidade excessiva da “bicha” Veludo à sexualização do corpo negro, esse corpo-objeto, ao qual não se concede o direito ao desejo; e, a partir daí, até a fantasmagoria viril chamada Vado, cuja expressão é a imitação de uma violência cuja gramática constitui uma gestualidade macaqueada da violência naturalizada na figura do macho nacional”, traduz Azevedo.
A atriz Lucelia Sergio é da Cia Os Crespos (SP), Raphael Garcia, do Coletivo Negro (SP) e Rodrigo dos Santos, da Cia. dos Comuns (RJ), grupos que têm extensa pesquisa teatral sobre o tema.
Autor de peças teatrais durante o período militar, Plínio escreveu “Navalha na Carne” nos anos 60. O espetáculo foi levado pela primeira aos palcos em 1967, mas foi censurado e somente voltou a cena 13 anos depois.
Apresentadores, patrocinadores e apoiadores
O Festival de Teatro de Curitiba tem parceiros fundamentais para sua realização e é apresentado pelo Banco RCI Brasil, com patrocínio da Junto Seguros, EBANX, Uninter GRASP, Cielo, Copel e Governo do Estado do Paraná.
Os eventos simultâneos – Programa Guritiba, Mish Mash, Gastronomix e Risorama -, igualmente, contam com o apoio de parceiros importantes para levar a arte, cultura e entretenimento ao público.
O Programa Guritiba é apresentado por Caterpillar e Perkins Motores, com patrocínio da Tradener Comercialização de Energia e tem como apoiadores as empresas Novozymes, New Holland, Mili e Savana | Mercedes-Benz. São parceiros também na realização do Guritiba a Berneck, Brose do Brasil e o BRDE.
O Banco RCI Brasil, Instituto Grupo Boticário e a Denso do Brasil apresentam o Mish Mash, evento que tem também o patrocínio da Unimed Curitiba e Rumo.
O Risorama é apresentado pela Potencial Petróleo e Restaurante Madero e patrocinado por Lojas Havan, FH e Ferramentas Worker. O segmento de stand up comedy do Festival de Curitiba tem também o apoio do Grupo Barigui. A cerveja oficial do evento é a Cacildis.
O Gastronomix, por sua vez, é apresentado por Electrolux, tem o patrocínio da Melitta e o apoio da Electra Energy, Da Magrinha e da Ritmo Logística. Conta ainda com a Oxford como fornecedora da louça oficial do evento. Stella Artois é cerveja oficial do evento.
As bilheterias do Festival de Curitiba são uma parceria com o ParkShoppingBarigüi e o Shopping Mueller.
Ingressos
A venda dos ingressos será pelo site www.festivaldecuritiba.com.br, pelo aplicativo “Festival de Curitiba 2019” e nas bilheterias oficiais do evento, no ParkShoppingBarigüi (Piso Superior – Lado Norte), de segunda a sexta, das 11h às 23h, no sábado, das 10h às 22h e, aos domingos, das 14h às 20h; e no Shopping Mueller (Piso L3), de segunda a sábado, das 10h às 22h, domingos e feriados das 14h às 20h.
Acompanhe todas as novidades e informações pelo site, pelas redes sociais disponíveis, no Facebook (@fest.curitiba), pelo Instagram (@festivaldecuritiba) e pelo Twitter (@fest_curitiba).
Ficha Técnica
Direção Geral e Dispositivo Cênico: José Fernando Peixoto de Azevedo.
Assistência de Direção e Vídeo: Flávio Moraes.
Atores: Lucelia Sergio, Raphael Garcia e Rodrigo dos Santos.
Operação de Câmera: Isabel Praxedes.
Desenho de Luz: Denilson Marques
Operação de luz: Daniel Calmon.
Direção de Arte: Criação Coletiva.
Assessoria para o Trabalho Corporal: Tarina Quelho.
Produção: Corpo Rastreado.
03 e 04 de abril às 21 horas no Teatro Sesc da Esquina
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