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quinta-feira, 7 de março de 2019

Entretenimento


Theatro Municipal de São Paulo abre oficialmente a temporada de concertos com Carmina Burana e Magnificat
Apresentação celebra também os 25 anos de carreira do maestro Roberto Minczuk
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo apresenta Magnificat e o Carmina Burana. 
A Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo realiza a abertura oficial da sua temporada de concertos 2019 com uma série de apresentações intitulada “O Sagrado e o Profano” com obras de Johann Sebastian Bach e Carl Orff. Os concertos acontecem no dia 15 de março, às 20h, e 16 e 17, às 17h. A regência é do maestro Roberto Minczuk que nesta apresentação celebra os seus 25 anos de carreira.


“Esta é a primeira vez no Theatro Municipal de São Paulo que essas peças são apresentadas juntas. Teremos uma das obras mais incríveis do período barroco, o Magnificat em ré maior, de Bach, que coroa a tradição da música sacra e o Carmina Burana, de Carl Orff, que é uma das músicas mais conhecidas de todos os tempos”, afirma o maestro. 
Juntamente com o Coral Paulistano, sob a preparação da maestrina Naomi Munakata, os músicos executam uma das obras monumentais de Bach, Magnificat em Ré Maior (BWV 243). Como solistas nesta peça, estarão as sopranos Laura Pisani, Marília Vargas, a mezzo soprano Cecília Massa, o tenor Luciano Botelho e o barítono Homero Velho.
A obra concisa de 30 minutos foi escrita, em 1723, para ser executada as vésperas de Natal, sendo posteriormente adaptada a todas as épocas do ano. Baseada no Evangelho Segundo Lucas, faz referência ao momento do anúncio à Virgem Maria de que ela foi a escolhida para dar a luz a um filho gerado pelo espiríto santo, o salvador.
Junto ao Coro Lírico, o Coro Infantojuvenil da Escola de Música do Theatro Municipal e mais três solistas, Laura Pisani, Luciano Botelho e Homero Velho, a Orquestra executa a mais famosa obra de Carl Orff, a cantata Carmina Burana em forma de concerto.
Um dos títulos desta peça que será facilmente reconhecido pelo público é O Fortuna, presente em inúmeros filmes como “A Filha do General”. Para o maestro titular do coro lírico, Mário Zacarro, este trecho surpreende por ter o coro forte e a marcação rítmica pulsante da percussão.
Carmina Burana é baseada em 24 manuscritos profanos escritos em latim medieval encontrados no Mosteiro de Bauern, daí o nome Burana, e aborda o descontentamento dos monges com as corrupções do clero. A obra estreou em 1937, em Frankfurt, e desde então se tornou uma das peças mais conhecidas de música clássica. A obra é sobre amor, sexo, bebida e dança.
 
25 anos Minczuk
Este concerto também é especial pois celebra os 25 anos de carreira do maestro Roberto Minczuk. O regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM) começou a estudar música por influência paterna. Filho de um maestro do coro da Polícia Militar, professor de teoria musical e de solfejo, o pai foi um dos principais incentivadores da sua carreira e afirmava que o filho tinha ouvido absoluto.
Para se aprimorar como músico, Minczuk estudou piano, bombardino, bandolim, trompete. Ainda criança, começou a estudar trompa na Escola Municipal de Música, instituição da Fundação Theatro Municipal de São Paulo que oferece toda a formação gratuitamente. Estreou como solista em um concerto no Theatro Municipal de São Paulo com 10 anos junto a Orquestra Jovem Municipal. Roberto Minczuk é até hoje o músico mais jovem a ingressar na Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Aos 13 anos, ele passou no concurso para primeiro trompista da OSM, na época sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky.
Determinado, ao assistir um ensaio do compositor Peter Mennin, presidente de uma das escolas mais renomadas de música e artes cênicas, a Juilliard School, pediu para fazer uma audição. “Toquei pra ele sete minutos em julho de 1981. Lembro-me dele falando: ‘as aulas começam em setembro, você está pronto?’” recorda. Mesmo sem ter o conhecimento do idioma, viajou aos Estados Unidos onde permaneceu por seis anos. Nesse período foi solista em um concerto no Carnegie Hall e também em uma apresentação com a Orquestra Filarmônica de Nova York.
Na regência também começou cedo, de maneira despretensiosa, em uma igreja que frequentava nos Estados Unidos.  “Na igreja tinha um coro, mas eles queriam ter uma orquestra, então me elegeram como maestro. Foi muito importante porque a área da regência, em primeiro lugar, é a arte de ser líder, de lidar com pessoas. Ter essa oportunidade aos 15 anos foi extraordinário”, afirma.  A sua estreia como regente ocorreu em 1984 à frente da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), onde regeu um concerto dedicado às obras de Beethoven.
Em 1987, após os Estados Unidos, viajou a Alemanha para desenvolver a carreira de regente onde trabalhou por muitos anos com o maestro Kurt Masur na cidade de Leipzig. Em 1998, regeu a Filarmônica de Nova York e, em 2002, foi convidado a assumir o posto de regente associado que tinha sido ocupado pela última vez pelo grande maestro, compositor e pianista Leonard Bernstein.
Em sua carreira, Roberto Minczuk já regeu mais de cem orquestras internacionais, entre elas as da Ópera Nacional de Lyon, Ópera de Cincinnati, Ópera de Israel, filarmônicas de Nova York, Israel, Tóquio, Londres, Helsinque, Oslo, Los Angeles, as sinfônicas de São Francisco, Montreal, Toronto, Dallas, BBC de Londres, Nacional da Rádio France, Nacional da Bélgica, Nacional da Hungria, da Nova Zelândia.
Minczuk foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Conquistou também o primeiro lugar no Prêmio Eldorado de Música, uma das premiações mais prestigiadas do País.
Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal, maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.
“Eu estou muito feliz em celebrar os 25 anos de carreira nesta casa. Eu cresci aqui dentro do Theatro. Sou paulistano e não podia pensar numa forma melhor de celebrar, à frente da minha orquestra, com os nossos coros, minha família e o público que é muito especial”, afirma.
Serviço:
Sexta-feira, 15, às 20h 
Sábado, 17, às 17h 
Domingo, 17, às 17h
O SAGRADO E O PROFANO
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coro Lírico
Coral Paulistano
Coro infantojuvenil da Escola Municipal de Música
Roberto Minczuk – regente

PARTE I
Johann S. Bach: Magnificat em ré maior, BWV 243
Laura Pisani - soprano I
Marília Vargas - soprano II
Cecília Massa – mezzo soprano
Luciano Botelho - tenor
Homero Velho - barítono
                                  
PARTE II
Carl Orff: Carmina Burana

Laura Pisani - soprano
Luciano Botelho - tenor
Homero Velho - barítono

Duração aproximada: 2 horas com 1 intervalo
Indicação etária: livre (com recomendação para maiores de 7  anos)
Ingressos: R$ 40,00 / R$ 30,00 / R$ 12,00
Horário da Bilheteria do Theatro Municipal: De segunda a sexta-feira, das 10h às 19h, e sábados e domingos, das 10h às 17h.

Mais informações:

Orquestra Sinfônica Municipal
A história da Sinfônica Municipal se confunde com a da música orquestral em São Paulo, com participações memoráveis em eventos como a primeira Temporada Lírica Autônoma de São Paulo, com a soprano Bidú Sayão; a inauguração do Estádio do Pacaembu, em 1940; a reabertura do Theatro Municipal, em 1955, com a estreia da ópera Pedro Malazarte, regida pelo compositor Camargo Guarnieri; e a apresentação nos Jogos Pan-Americanos de 1963, em São Paulo. Estiveram à frente da Orquestra os maestros Arturo de Angelis, Zacharias Autuori, Edoardo Guarnieri, Lion Kaniefsky, Souza Lima, Eleazar de Carvalho, Armando Belardi e John Neschling. Roberto Minczuk é o atual regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal (OSM).
Roberto Minczuk, maestro titular OSM
Fez sua estreia internacional à frente da Filarmônica de Nova York. Depois disso, regeu mais de 100 orquestras internacionais. Foi diretor artístico do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão, diretor artístico adjunto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp), diretor artístico do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e maestro titular da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sendo o primeiro artista a receber o Prêmio ConcertArte, de Ribeirão Preto. Venceu o Grammy Latino e foi indicado ao Grammy Americano com o álbum Jobim Sinfônico. Atualmente, é maestro titular da Orquestra Sinfônica Municipal, maestro emérito da Orquestra Sinfônica Brasileira, da qual foi regente titular de 2005 a 2015, e maestro emérito da Orquestra Filarmônica de Calgary, no Canadá.
Coro Lírico
Formado por cantores que se apresentam regularmente como solistas nos principais teatros do país, o Coro Lírico Municipal de São Paulo atua nas montagens de óperas das temporadas do Theatro Municipal em concertos com a Orquestra Sinfônica Municipal, com o Balé da Cidade e em apresentações próprias. O Coro Lírico teve como primeiro diretor o maestro Fidélio Finzi, que preparou o grupo para a estreia em Turandot, em 13 de junho de 1939. O Coro Lírico recebeu os prêmios de Melhor Conjunto Coral de 1996, pela APCA, e o prêmio Carlos Gomes, em 1997, na categoria Ópera. O maestro Mário Zaccaro é o atual regente titular e Sérgio Wernec é o regente assistente.
Mário Zaccaro, maestro titular Coro Lírico
Estudou regência com Eleazar de Carvalho e Robert Shaw, e orquestração com Cyro Pereira e Luis Arruda Paes. Foi diretor artístico da Orquestra Jazz Sinfônica e regente assistente do maestro Isaac Karabtchevsky na Orquestra Sinfônica Municipal. De 1994 a 2013, foi regente do Coro Lírico Municipal de São Paulo, reassumindo a função em 2017. Procura sempre introduzir inovações nas técnicas de preparação musical do corpo artístico. Maestro, compositor, arranjador e pianista, Zaccaro foi também professor de teoria, harmonia e percepção musical na Escola Municipal de Música.
Coral Paulistano
Com a proposta de levar a música brasileira ao Theatro Municipal, em 1936, por iniciativa de Mário de Andrade, foi criado o Coral Paulistano. Marco da história da música em São Paulo, o grupo foi um dos muitos desdobramentos do movimento da Semana de Arte Moderna de 1922. Atualmente, o Coral Paulistano tem como regente titular a maestrina Naomi Munakata e como regente assistente a maestrina Maíra Ferreira.
Naomi Munakata, maestrina titular Coral Paulistano
Naomi Munakata iniciou os estudos musicais de piano aos 4 anos de idade e começou a cantar aos 7. Estudou regência na Universidade de Tóquio e também com nomes como Hans Joachim Koellreutter, Eric Ericson, Eleazar de Carvalho, Hugh Ross, Roberto Schnorrenberg e John Neschling. Dirigiu o Coro da Osesp por duas décadas, foi diretora da Escola Municipal de Música, diretora artística e regente do Coral Jovem do Estado e presidente da Associação Paulista de Regentes Corais. Recebeu o prêmio de Melhor Regente Coral da Associação Paulista dos Críticos de Arte – APCA.
Coro Infantojuvenil
O Coro Infantojuvenil da Escola Municipal de Música é uma atividade obrigatória para os alunos que têm até 14 anos de idade. A participação no coro objetiva o desenvolvimento de repertório coral, a prática de solfejo, de exercícios técnicos vocais e respiratórios. O coro tem obtido destaque em espetáculos na cidade de São Paulo, como, por exemplo, em sua participação na ópera I Pagliacci (2014), no Theatro Municipal de São Paulo, e no musical Os Saltimbancos, apresentado junto à Banda Sinfônica do Estado de São Paulo. O grupo foi assumido pela maestrina Regina Kinjo em 2011, quem o dirige até os dias atuais.
Regina Kinjo, regente do Coro Infantojuvenil
Regina Kinjo é regente do Coral Infantojuvenil da Escola Municipal de Música, do Madrigal “Sempre en Canto” e do Coral do Colégio Oshiman. Já trabalhou em diversos projetos e instituições como: Projeto Guri, Emesp Tom Jobim, Meninos do Morumbi, Instituto Baccarelli e Coral Vozes da Infância, na Paraíba. Com experiência na área musical desde 1990, ministrou aulas no Festival de Inverno de Campos do Jordão, Curitiba, Festival de Artes de Itu, Bragança Paulista, Poços de Caldas e Lages, além de Workshops diversos. Realizou concertos com Orquestras e Bandas Sinfônicas, a convite de diversos maestros, incluindo o coro da ópera I Pagliacci.
SOLISTAS
Laura Pisani
A soprano Laura Pisani fez sua estréia nos Estados Unidos em 2018 cantando a ária A Rainha da Noite, da ópera A Flauta Mágica, de Wolfgang A. Mozart, e sua estreia brasileira com Piedade, de João Guilherme Ripper, no Theatro Municipal de São Paulo e na Sala Cecília Meireles, no Rio de Janeiro. Se apresentou diversas vezes nos renomados teatros de Buenos Aires, Teatro Colón e Teatro Avenida. Conquistou importantes prêmios como os primeiros lugares na Bienal Juvenil Shell Festivales Musicales, em 2013, e no Alejandro Cordero Singing Competition, em 2016, ambos na Argentina.
Marília Vargas
A soprano Marília Vargas formou-se em canto barroco na Schola Cantorum Basiliensis e se especializou no Conservatório de Zurique, na Suíça. Foi premiada no Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão, no Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas e recebeu bolsas de estudo da Fundação Friedl Wald e da Margherite Meyer Stiftung, na Suíça. Se apresentou junto com renomadas orquestras como a Aargauer Symphony, a Orchestra of the Age of Enlightenment, a Zürcher Kammerorchester, as sinfônicas Paraná, de Minas Gerais e do Estado de São Paulo. Foi a criadora e diretora artística do 1º Festival de Música Antiga de Curitiba, em 2011.
Cecília Massa
Bacharel em música pela Universidade Estadual de Campinas, a mezzo-soprano Cecília Massa, foi finalista do 14º Concurso Maria Callas, em 2016, e, no mesmo ano, bolsista da Türingher Bachwochen, na Alemanha. Integrou montagens de ópera como A Flauta Mágica de Wolfgang A. Mozart e Orfeu, de Claudio Monteverdi. Atualmente é integrante do elenco estável do Theatro São Pedro, onde interpretou Nancy em Martha, de Friedrich Von Flotow; Dona Vilma, em Os Irmãos Grimm, de Dean Burry; Beppe, em L’amico Fritz, de Pietro Mascagni; entre outros papéis.
Luciano Botelho
O tenor Luciano Botelho é graduado em canto pela UNIRio e em música sacra pelo STBSB. Fez mestrado em performance e o curso de ópera, na Guildhall School of Music and Drama, em Londres. Em 2007, representou o Brasil no concurso internacional de canto BBC Cardiff singer of the World Competition. No exterior, interpretou em importantes teatros como Teatheran der Wien, no Grand Theatre de Genève, Stuttgart Staatstheater no Royal Opera House. Recentemente, cantou nas óperas A Flauta Mágica, de Wolfgang A. Mozart; Il Turco in Italia, de Gioachino Rossini, e Rigoletto, de Giuseppe Verdi. Participou de concertos junto com a OSESP, a Orquestra Petrobras Sinfônica, a Orquestra de Câmara do Amazonas, a Amazonas Filarmônica e a Orquestra Sinfônica da USP.
Homero Velho
O barítono Homero Velho estudou nos Estados Unidos, onde participou de diversos festivais de ópera, interpretando papéis principais nas montagens de The Ghosts of Versailles, de John Corigliano e Don Giovanni, de Wolfgang A. Mozart. No Brasil, integrou as estreias nacionais de Magdalena, de Heitor Villa-Lobos e Florencia en al Amazonas, de Daniel Catán; e estreias mundiais como de O Caixeiro da Taverna, de Guilherme Bernstein e Olga, de Jorge Antunes. Fora do Brasil, apresentou-se na Ópera da Colômbia, na Buenos Aires Lírica, no Michigan Opera Theatre e no Festival Feldkirch, na Áustria. Homero é também professor de canto na UFRJ

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