sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Tendência mundial, hortas urbanas conquistam os brasileiros.
Agricultura urbana ganha cada vez mais espaço em empreendimentos verticais.




Já pensou na possibilidade de ter alimentos frescos – e muitas vezes orgânicos – sem precisar ir ao supermercado ou feira? Tendência no mundo, as hortas urbanas, conhecidas também como agricultura urbana, está conquistando os terraços de prédios pelo Brasil.




Segundo a Benedito Abbud, responsável pelo projeto paisagístico do Duet Mercês, o cultivo de hortaliças e temperos frescos coletivamente no alto dos empreendimentos verticais une razões como o prazer do contato com o verde e com o desejo por uma vida mais saudável. “Os responsáveis pelo cuidado nesses espaços fazem isso voluntariamente e transformam esses momentos em uma oportunidade de conexão com as suas raízes. Muitos possuem origem em cidades do interior e relembram do contato com a natureza na infância. O hábito faz bem para o corpo e principalmente para a mente.”

Bem no coração do Mercês, em Curitiba, está em construção o Duet Mercês. Um empreendimento planejado com muitos detalhes para fazer essa conexão e que prevê um rooftop com horta comunitária que acompanha a tendência mundial. O espaço terá capacidade de produção de pés e maços de hortaliças como alface, cebolinha, espinafre e rúcula por mês, além de ervas medicinais e temperos como alecrim, hortelã, manjericão, tomilho, orégano, pimenta, salsa e sálvia.

A estimativa dos especialistas é que cerca de 80% da população mundial viverá nos grandes centros urbanos até 2030. O crescimento urbano, os custos econômicos e ambientais da produção de alimentos no campo e a qualidade dos alimentos produzidos localmente e sem agrotóxicos explicam a força da tendência que já ganhou cidades como Berlim, Londres, Montreal, Nova York e Zurique.

Abbud reforça a importância da conexão com as tendências internacionais. “A Thá busca sempre estar na vanguarda com projetos que agreguem para a qualidade de vida e bem-estar dos moradores. Estamos constantemente conectados com as tendências que surgem fora do país para adaptar para a realidade local”, explica.

Do terraço para a mesa dos restaurantes locais

A Brooklyn Grange Farm, em Nova York, nasceu como um negócio social nos canteiros no topo de dois prédios comerciais no Brooklyn e Queens. Por lá são cultivadas ervas, frutas, legumes e verduras. Parte da produção é vendida para restaurantes locais e parte é comercializada para famílias que queiram receber os alimentos em casa, além da feira realizada aos sábados no topo dos prédios. O empreendimento de cunho social também organiza eventos e programas educacionais, fornece serviços de consultoria e instalação de agricultura urbana e telhado verde para interessados em todo o mundo.

Projeto em Curitiba beneficia 900 famílias de produtores urbanos

Em Curitiba, as chefs Gabriela Carvalho e Manu Buffara foram uma das primeiras a comprarem a ideia, investirem e se dedicarem a um projeto de horta urbana e que garante alimentos frescos e orgânicos produzidos por famílias de produtores urbanos. As chefs são mentoras e orientam os agricultores sobre o cultivo dos alimentos. A produção da horta urbana do Rio Bonito, na Região Metropolitana de Curitiba, é integralmente comercializada com os restaurantes das cozinheiras e também consumida entre as famílias envolvidas no projeto.

A horta do Rio Bonito faz parte do Horta do Chef, projeto da Prefeitura de Curitiba, que foi lançado em março de 2017. Ao todo são 24 áreas cultivadas por 900 famílias de produtores urbanos. As hortas espalhadas pela capital paranaense garantem alimentos in natura saudáveis para as famílias e o cultivo serve como terapia e socialização, pois muitas pessoas vivem sozinhas
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