O discurso de Jair Bolsonaro em Davos agradou alguns economistas, mas outros acharam que não teve nenhuma novidade ou alguma ação prática. Entretanto, em encontro fechado com banqueiros o Ministro Paulo Guedes falou em reduzir os impostos das empresas, o que agradou o mercado e fez o dólar cair e a bolsa subir, mesmo com o cenário externo conturbado, com novos capítulos da briga ente China e Estados Unidos. Além disso, em recente entrevista a Bloomberg, o Presidente prometeu adotar a idade mínima como requisito para a reforma da previdência e transmitiu credibilidade na sua aprovação ao comentar que existe apoio dos governadores dos estados, que sofrem também com o déficit. Especialistas avaliam os acontecimentos em Davos.
“O discurso morno e sem novidades parece que ascendeu um sinal de alerta no governo que não quis deixar passar Davos em branco. Parece que Guedes e Bolsonaro decidiram falar mais sobre questões práticas como redução de impostos para as empresas e apoio para a aprovação da reforma da previdência. Isso agradou os investidores. Porém, ainda existe o receio de que a crise em torno do filho do Presidente possa contaminar e enfraquecer o planalto”, dispara Daniela Casabona, Sócia-Diretora da FB Wealth.
“O discurso inaugural do Presidente, apesar de curto e sem detalhamentos, trouxe algumas mensagens positivas para os investidores presentes no evento. Foi traçada uma visão construtiva sobre a interdependência entre o Brasil e o Mundo, juntamente com a busca pela estabilidade macroeconômica e o respeito aos contratos. Bolsonaro ressaltou também os critérios técnicos para a nomeação de sua equipe ministerial, com o propósito de fortalecer a credibilidade do País junto aos agentes econômicos. As falas do Ministro da Economia também agradaram aos investidores. Ele se mostrou favorável à redução da taxação sobre empresas e ao estímulo ao empreendedorismo, além de ressaltar a importância da reforma do nosso sistema de aposentadorias. Os principais itens desta reforma serão apresentados ao Congresso no próximo mês”, ressalta Daniel Xavier, Economista-Chefe da DMI Group.
“O Presidente usou apenas 6 dos seus 45 minutos disponíveis em Davos. Avalio que ele assumiu compromissos comerciais importantes, reconheceu as dificuldades que o país tem em relação ao livre comércio e prometeu fazer as reformas que o mundo espera. Porém, a grande declaração veio de Paulo Guedes, que em encontro com banqueiros prometeu reduzir a carga [ das empresas de 35% para 15%, o que impulsionaria fortemente a economia e os investimentos estrangeiros. Hoje o câmbio deveria estar caindo mais, porém, a briga entre China e EUA não está permitindo”, diz Fernando Bergallo, Diretor de Câmbio da FB Capital.
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