“Qualquer que seja o presidente eleito fará as reformas necessárias”, aponta economista-chefe do Banco Votorantim
Roberto Padovani mostra otimismo quanto à aprovação das reformas, sobretudo da Previdência, mas prevê tensão no mercado nas próximas semanas
A menos de um mês do primeiro turno das eleições presidenciais, o economista-chefe do Banco Votorantim, Roberto Padovani, mostra otimismo no cenário político no que diz respeito à continuidade das reformas necessárias para a estabilização da dívida brasileira em 2019. O tema foi amplamente abordado na 95ª Reunião do G100 Brasil, grupo que reúne os principais empresários, presidentes e economistas do país, realizada nesta quinta-feira (13), em São Paulo.
Segundo Padovani, a necessidade de aprovação das reformas deve ser a principal preocupação do novo chefe do executivo já a partir do início do mandato. “Tenho convicção de que qualquer que seja o presidente eleito, seja de direita ou esquerda, fará as reformas, senão perderá governabilidade. É claro que se discutirá a qualidade delas, mas o argumento é que terão que ser feitas a partir de 2 de janeiro”, aponta o economista.
Para ele, a reforma mais crucial é a da Previdência, que consome metade das despesas do governo central. “Sem equacionar esse problema, não é possível gerar caixa para estabilizar a dívida. Precisamos ter um cenário macroeconômico estável, e isso depende da reforma da Previdência. Tenho certeza de que ela sairá, porque todos os candidatos competitivos a defendem publicamente, mesmo em uma eleição tão tensa e polarizada. Esse é o melhor sinal de que essa reforma será rapidamente feita”.
Tensão nos mercados financeiros
Padovani crê que o período que antecede as eleições será de bastante tensão para o mercado financeiro. “São três pontos cruciais: primeiro, o cenário extremamente polarizado; depois, a incerteza em relação ao que pensam os candidatos e ao futuro. Por fim, a experiência recente com a esquerda que faz com que a recuperação da confiança seja muito lenta. Somados esses três fatores, acredito que os mercados financeiros passarão momentos absolutamente tensos nas próximas semanas”.
Em relação à possível vitória de um candidato de esquerda, o economista aponta um problema de credibilidade que deve afetar muito o mercado. “Por mais que os candidatos de esquerda tenham um discurso responsável, eu acredito que os investidores e o mercado não vão comprar esse discurso. Passamos por um experimento de esquerda, e isso acabou mal. Há, portanto, um problema de credibilidade”, conclui.
Sobre o G100 Brasil - Fundado em 2011, compõe-se o G100 Brasil de 100 Membros Titulares (exclusivamente Empresários, Presidentes e CEOs), divididos nos setores de Indústria, Varejo, Serviços e Agronegócios, somado a 20 Membros (Economistas-Chefes, Cientistas-Políticos, Acadêmicos e Especialistas Segmentados), efetivos e nomeados, congregando assim o alto intelecto necessário para o desenvolvimento destes trabalhos. Orientado pelas Alianças de Conteúdos com Universidades reconhecidas, somado a uma ampla rede de Parceiros Estratégicos Nacionais e Internacionais, este núcleo de estudos têm por objetivo, através de reuniões fechadas e restritas aos Membros, o debate e o aprofundamento de temas atuais e de alto impacto, auxiliando na assertividade das estratégias planejadas e nas decisões corporativas, considerando o benchmarking e cooperação entre seus integrantes
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