Tragédia do Museu Nacional expõe abismo entre gestões pública e privada
O Museu Mazzaropi, de Taubaté (SP), é exemplo de sucesso.
Mazzaropi |
A tragédia com o Museu Nacional do Rio de Janeiro expôs a necessidade de mais atenção ao patrimônio cultural do país e evidenciou o enorme abismo que há entre as gestões pública e privada.
De um lado estão museus como o Mazzaropi, de Taubaté (SP), que é um dos maiores particulares do país e apresenta excelência no acervo, visitação e no cumprimento de seu papel de preservação da memória brasileira. De outro, o Nacional do Rio, que sofreu com a ineficiência e o descaso das entidades governamentais.
Visita obrigatória para os fãs do cinema nacional, o Museu Mazzaropi foi fundado em 1985 e atualmente reúne mais de 20 mil itens sobre a vida e a obra do cineasta e comediante Amácio Mazzaropi, como fotos, documentos, filmes, objetos cênicos, móveis e equipamentos.
Na década de 1970 e no início da década de 1980, o terreno que o espaço ocupa hoje serviu de estúdio para o também ator, produtor, diretor, empresário e comediante, famoso por criar e imortalizar o personagem Jeca Tatu. Sua produtora e distribuidora PAM Filmes (Produções Amácio Mazzaropi) lançou sucessos como “Jeca Tatu” e “Tristeza do Jeca”.
Depois da aquisição do local, em 1985, os novos proprietários deram início ao resgate da história. Pouco a pouco o acervo foi recuperado por meio de aquisições, doações de fãs e de pessoas que trabalharam com o cineasta.
Em 1997, o Museu deu início a um programa de comunicação mais amplo e passou a fazer contatos com arquivos públicos e particulares, incluindo outros museus. Além disso, passou a fomentar a pesquisa da obra do artista junto a universidades e escolas, até que em 2000 foi criado o Instituto Mazzaropi, cujo objetivo é preservar e divulgar a história e o trabalho do artista.
O empreendimento conta hoje com um novo prédio, inaugurado em 2010, além de uma exposição de longa duração e outros projetos itinerantes, que encanta os visitantes, a comunidade local, pesquisadores, estudiosos sobre Mazzaropi e estudantes da rede pública. Também abriga um auditório para eventos e recebe.
Mais informações podem ser obtidas emwww.museumazzaropi.org.br.
SERVIÇO
Estrada Municipal Amácio Mazzaropi, 249 - Taubaté, São Paulo
Telefone: (12) 3634-3447
E-mail: info@museumazzaropi.com.br
Horários: terça a domingo, bilheteria das 8h30 às 12h, permanência no museu até às 12h30. Fechado às segundas-feiras.
Valores: R$ 11 inteira e R$ 6 estudante. Crianças até 7 anos e idosos não pagam.
Sobre Amácio Mazzaropi
Amácio Mazzaropi, nascido em 1912, começou a vida artística no teatro caipira aos 15 anos de idade, pintando cenários. Pouco depois, largou o pincel e seguiu como ator, assim como suas grandes inspirações da época: os atores Genésio e Sebastião de Arruda.
Ele fez turnês em circos, teatros, recitou monólogos dramáticos. Em 1946, assinou contrato na Rádio Tupi, onde ficou por 8 anos. Mazzaropi também passou pela TV Excelsior, onde participou de um programa de sucesso da época, apresentado por Bibi Ferreira, o Brasil 63.
Em 1950, estreou na TV Tupi de São Paulo, aos 38 anos de idade. Quatro meses depois, em 1951, foi ao Rio de Janeiro inaugurar o canal 6 também pela TV Tupi.
O primeiro filme em que atuou foi o Sai da Frente, de 1952. E, após realizar seu último longa-metragem pela Cinedistri, Chico Fumaça, de 1956, o cineasta abriu a própria produtora, a PAM Filmes - Produções Amácio Mazzaropi. A primeira produção foi o Chofer de Praça, de 1958, a inauguração oficial de seu negócio.
Foram feitas 32 obras até 1980. Todas voltadas para o humor, peça fundamental do trabalho do artista. Para ele, a função do cinema era divertir o público.
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