terça-feira, 14 de agosto de 2018

News da Hora


Em “A alma da marionete”, que chegou às livrarias em agosto pela Record, o consagrado filósofo John Gray apresenta um breve ensaio sobre a liberdade humana. Embora o tema tenha sido extensamente estudado e debatido, sua perspectiva é singular: para ele, o próprio desejo humano pela liberdade gera opressão.
Para Gray, ainda que o livre-arbítrio seja motivo de orgulho para a raça humana, a crença numa liberdade absoluta é falsa, uma vez que há uma série de forças – biológicas, físicas e metafísicas – constantemente restringindo nossas ações.

Nesta reflexão instigante, Gray reúne referências que vão de Heinrich von Kleist, Guy Debord, Edgar Allan Poe e Jorge Luis Borges a conceitos de gnosticismo, ficção científica e ocultismo para concluir que, no fundo, a vida humana é pautada pela ansiedade de decidir como viver. E que, como as marionetes, os humanos sonham em fugir do martírio de fazer escolhas.

TRECHO

“Os seres humanos não são capazes de imitar a graça de um animal assim. Nem a fera, nem o fantoche, sofrem da maldição do pensamento autorreflexivo. Por isso, na visão de Kleist, é que são livres. Se os seres humanos um dia forem capazes de alcançar esse estado, será apenas depois de uma transmutação em que se tornem infinitamente mais conscientes.
(...)
A ideia de que a autoconsciência possa ser um obstáculo a viver em liberdade não é nova. Há muito se suspeita que o modo habitual de consciência deixa os seres humanos presos entre os movimentos mecânicos da carne e a liberdade do espírito. Por isso é que, nas tradições místicas ao longo da história, a liberdade tem significado uma condição íntima na qual a consciência normal foi transcendida.”


John Gray é um dos mais influentes filósofos da nova direita inglesa. Escreveu, entre outros livros, “Cachorros de palha”, “A anatomia de Gray”, “Missa negra” e “A busca pela imortalidade”, todos publicados pela Record. Foi professor de Pensamento Europeu na London School of Economics, professor de Política em Oxford e professor-visitante em Harvard e Yale. Atualmente escreve para a revista New Statesman.



John Gray é um dos mais influentes filósofos da nova direita inglesa. Escreveu, entre outros livros, “Cachorros de palha”, “A anatomia de Gray”, “Missa negra” e “A busca pela imortalidade”, todos publicados pela Record. Foi professor de Pensamento Europeu na London School of Economics, professor de Política em Oxford e professor-visitante em Harvard e Yale. Atualmente escreve para a revista New Stat.   
Filósofo inglês analisa o desejo humano por liberdade com abordagem singular

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