segunda-feira, 17 de julho de 2017

Dia Nacional.

No Dia Nacional do Homem SBEM-PR alerta para hipogonadismo, conhecido popularmente como andropausa
Termo se refere à queda dos níveis de testosterona, hormônio com inúmeras funções no organismo; controle e reposição hormonal orientada é essencial para garantir qualidade de sono, saúde cardíaca, queda de libido, depressão, fogachos entre outros, quando existem sintomas e alterações


É verdade que estamos muito mais familiarizados com a menopausa e os efeitos que ela traz ao organismo da mulher, mas os homens também podem enfrentar um período de mudanças hormonais. Mas no homem, diferentemente da mulher, não existe parada da produção de hormônios, portanto não existe a “andropausa”. O que ocorre é a diminuição da produção hormonal, podendo levar a falta do hormônio ou não. Já o termo hipogonadismo refere-se a níveis de hormônio sexual abaixo da normalidade.
No Dia Nacional do Homem, que se celebrou no dia 15 de julho, a Sociedade de Endocrinologia e Metabologia – Regional do Paraná (SBEM-PR) chama a atenção dos homens para este tema, que é cercado de tabus. “No homem, os níveis de testosterona, que é o principal hormônio sexual masculino, reduzem com a idade, porém geralmente dentro do valor de normalidade e sem sintomas ou consequências”, afirma o endocrinologista Emerson Cestari Marino.
Ele explica que se usa o termo hipogonadismo quando ocorrem níveis abaixo da normalidade, em mais de um exame, com no mínimo um mês de intervalo. “Isso associado a sintomas como, por exemplo, perda de libido (vontade sexual), perda de vigor, obesidade abdominal, depressão, dificuldade de ereção (impotência), alteração na qualidade do sono e fogachos”, alerta o médico.

Riscos da falta de testosterona
A falta deste hormônio sexual pode ter várias causas, como obesidade, diabetes, uso de medicamentos, doenças específicas e até tumores do sistema endócrino. Por isso é fundamental não somente tratar a falta do hormônio, como tratar a causa desta falta, que pode reverter o quadro. “A testosterona tem importância em diversas funções do organismo, além da sexual. A falta ou o excesso deste hormônio podem trazer consequências graves como alterações na produção de glóbulos vermelhos, na força e massa muscular e óssea, além das funções do coração, artéria e veias”, explica o endocrinologista da SBEM-PR.
Veja algumas perguntas frequentes no consultório do endocrinologista acerca deste tema.
Qual o nome correto: Andropausa, DAEM ou hipogonadismo?
No homem, diferentemente da mulher, não existe parada da produção de hormônio, portanto não existe “andropausa”, o que ocorre é a diminuição da produção hormonal, podendo levar a falta do hormônio ou não.  Sendo assim, tanto DAEM como hipogonadismo masculino tardio são aceitos na área médica, porém seu médico vai entender ao que você está se referindo.

Quem precisa dosar a testosterona?
Apenas aqueles que tenham queixas relacionadas a baixa da testosterona, como os colocados abaixo:
SexuaisDiminuição de Libido (Vontade sexual)
Disfunção Erétil (Impotência)
CorporaisFadiga
Menor massa e força muscular
Aumento de gordura abdominal
Hipertensão Arterial
Diabetes Mellitus
Alterações de colesterol e triglicerídeos
Anemia
Osteoporose
PsíquicosDepressão
Alterações de memória e raciocínio

Somente a falta de testosterona pode dar estes sintomas?
Não, estes sintomas são inespecíficos e em torno de metade das pessoas com estes sintomas não possuem alteração de testosterona. Estresse, problemas no relacionamento e outras doenças podem causar os mesmos sintomas.
Mesmo que eu não me importar com estes sintomas, tenho que tratar?
O fator mais importante para indicar o tratamento se a testosterona está baixa e há sintomas, é que os estudos mostram redução de morte no grupo que realizou tratamento. Sendo assim, é importante tratar.
Se eu não tiver falta de hormônio e usar testosterona, pode fazer mal?
Sim, nestes mesmos estudos que avaliaram risco de morte para quem usava ou não, foi visto que aqueles que utilizavam testosterona em excesso ou sem necessidade, morreram mais que os que estavam com os níveis normais.
Estudos mais recentes mostram também aumento do risco de insuficiência cardíaca, infarto e mortes em pessoas que utilizam testosterona e outros hormônios masculinos para ganho de massa muscular e desempenho esportivo.
Outras alterações que podem ocorrer com o uso é o aumento de glóbulos vermelhos acima do normal, aumentando o risco de trombose, hepatite por uso de medicamento, reações alérgicas, aumento de roncos e apneia do sono, aumento do risco de infarto e AVC.
Com apenas uma dosagem de testosterona e sintomas, posso iniciar tratamento?
Não é indicado. A dosagem de testosterona como a de outros hormônios, pode sofrer diversas interferências de medicamentos, situações pessoais, estresse, problemas na dosagem do laboratório e doenças recentes. Assim sempre deve ser repetida antes de tratar. Um simples resfriado pode alterar a dosagem de diversos hormônios e os sintomas da deficiência não são específicos.
Se eu iniciar o tratamento, devo tratar por toda a vida?
Não necessariamente.  Caso tenha a causa revertida como, por exemplo, o controle do diabetes mellitus, a perda de peso ou o controle de um tumor endócrino, existe uma chance grande de seus níveis de testosterona voltarem ao normal e poder cessar o uso da testosterona.
Por isso é imprescindível tratar a causa da falta de hormônio e realizar o acompanhamento corretamente.
Qual o melhor tratamento?
Existem alguns tipos de tratamento aceitos, como o uso de gel ou solução de testosterona para passar na pele e injeções, que devem ser discutidas com seu médico. Não é indicado o uso de testosterona por boca nem manipulada. O uso via oral aumenta muito a chance de hepatite por medicamento e a manipulação pode sofrer diversas interferências, sendo indicado apenas utilizar formulações já prontas.
Existem tratamentos alternativos para reverter a falta de hormônio?
Em alguns casos, o uso de alguns medicamentos pode ser utilizado para tentar reverter o quadro, porém estes casos devem ser bem selecionados. Medicações ditas naturais não mostraram benefício claro nem segurança no tratamento até o momento. Não existem implantes aprovados para reposição de testosterona.
A obesidade é causa ou consequência da falta de testosterona?
A obesidade altera o controle hormonal da produção de testosterona, que piora a obesidade. Sendo assim, é formado um ciclo vicioso, sendo importante o tratamento de ambas as situações ao mesmo tempo para obter um resultado melhor em longo prazo, com possibilidade de normalização e suspensão das medicações.
A reposição de testosterona interfere na fertilidade?
Sim, com a reposição de testosterona existe a diminuição e até mesmo a parada de produção de espermatozoides, que pode ser temporária ou permanente.
Caso exista a expectativa de gestação natural em breve e os testículos tenham capacidade de produzir espermatozoides e testosterona se estimulados, existem outros tratamentos possíveis.

* Com informações de: Manual de Condutas Práticas em Endocrinologia e Metabologia (Rômulo Augusto dos Santos, Emerson Cestari Marino, Renata Gonçalves Campos – THS Editora – São José do Rio Preto – 2013)

Endocrinologia Feminina e Andrologia (– 2ª Edição – Ruth Clapauch – Editora Guanabara Koogan – Rio de Janeiro – 2016).)

SERVIÇO
Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – Regional Paraná | SBEM-PR

E-mail: sbempr@endocrino.org.br
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