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Especial iCities: Fórum discute o papel do cool hunting nas cidades inteligentes O desafio para os empreendedores é conseguir captar a verdadeira essência de cada cidade, e criar empatia com o cidadão. As marcas que conseguem fazer isso estão bem à frente do mercado

Para compreender as cidades e suas necessidades é essencial pesquisar tendências e saber para onde ir. Esse papel faz parte do trabalho do cool hunting, que por meio da observação das pessoas e do mundo e análise dos fatos do presente, define novas tendências e projeta assim a repercussões no futuro. Logo o tema ‘Cool Hunting e Cidades’, não poderia ficar de fora do IV Fórum Internacional iCities. O tema foi tratado pela pesquisadora e analista de tendências Andrea Greca, que é especialista em Coolhunting e Investigação Qualitativa de Tendências pela Universitat Ramón LLull de Barcelona, diretora da agência de pesquisa de mercado e análise de tendências Berlin. Para Andrea atualmente é muito fácil cair nas garras do imprevisível, por isso o papel da pesquisa é importante para combater os perigos da inovação. "Observamos que 10% da população global viviam em cidades em 1900. Já em 2007, cerca de 50% da população viviam em centros urbanos. Pesquisas apontam que em 2050, esse número subirá para aproximadamente 75%. Ou seja, as cidades estão inflando e faz parte do nosso trabalho pensar e desenvolver formas para podermos viver melhor neste cenário", contextualiza Andrea. A pesquisadora explica que, levando em conta a procura por mais oportunidades, os jovens não querem mais ficar no interior dos estados, por isso esse processo de ‘hiperurbanização’ acaba criando uma arena de consumidores globais, que buscam o pertencimento através do consumo e do estilo de vida. Pesquisas afirmam que atualmente 180 mil pessoas se mudam para cidades por dia. São quase 60 milhões de novos ubernautas por ano. "Hoje temos bilhões de ubernautas e uma nova economia, que chamamos de urbanomia", pontuou. Andrea conta que o desafio para os empreendedores diante desse cenário é conseguir captar a verdadeira essência de cada cidade, e criar assim empatia com o cidadão. A pesquisadora afirma que as marcas que conseguem fazer isso estão bem à frente do mercado. "Atualmente, uma tendência que já está sendo praticada por várias marcas é o ‘Branded Government’, que nada mais é do que as marcas atuando em situações onde o governo deveria estar", explicou. O ‘Branded Government’ são ações de impacto positivo de médio ou longo prazo. Um grande exemplo desse tipo de ‘Governo de Marca’ é o Projeto do Morro da Mineira, onde a Shell ajudou a implementar, em uma pequena comunidade no coração do Rio de Janeiro, o primeiro campo de futebol do mundo iluminado pela energia dos passos dos próprios jogadores. Essa é uma tendência, pois a geração dos millennials gosta de marcas que se preocupem com a sociedade, já que 73% dessa geração não acredita que os governos podem resolver todos os problemas sozinhos e, por conta disso, 83% esperam que as empresam se envolvam mais com causas da sociedade. Andrea finalizou sua palestra afirmando que as empresas devem pensar em soluções que potencializem o engajamento de suas marcas fazendo com que o entorno que a gente vive seja positivo. "Precisamos pensar em alternativas para essas cidades mais inchadas. Como ajudar a solucionar esses problemas e ainda assim conquistar novos consumidores? Acredito muito no poder do empreendedorismo e na mudança que ele pode causar na sociedade", refletiu. Sobre o evento  O Fórum Internacional iCities acontece desde 2012 com o objetivo de gerar conhecimento, lançar tendências e promover ações efetivas no segmento de Cidades Inteligentes. O evento, que se tornou um dos maiores da América Latina, apresenta tendências, cases, inspirações, produtos e serviços já implementados ou projetos em desenvolvimento. A edição 2015 conta com o patrocínio da Intertechne, Itaipu Binacional, Quiosque Natureza, Renault, Tecnisa e Universidade Positivo, além do apoio da Prefeitura Municipal de Curitiba.