Iniciativa protege maior mamífero terrestre do Brasil
Projeto chamado de ‘Caminho das Antas’ estuda os fragmentos de floresta onde a espécie, que está ameaçada de extinção, ainda existe.
Com o objetivo de proteger as antas (Tapirus terrestris) do Brasil – espécie que está ameaçada de extinção, a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza está apoiando pesquisadores de Londrina (PR) que estão desenvolvendo um projeto de conservação dos ambientes naturais nos quais elas vivem, como o Parque Estadual Mata dos Godoy e região. Chamada de ‘Caminho das Antas’, a iniciativa tem estudado 70 fragmentos de floresta para verificar em quais as antas são mais presentes e como a espécie se comporta em cada um deles.
“Dessa forma poderemos avaliar e escolher as regiões prioritárias para a conservação e trabalhar para criar um corredor entre essas áreas que possibilite a movimentação de uma para outra parte, garantindo o trânsito da fauna e a variabilidade genética necessária para a manutenção das populações”, explica Eduardo Panachão, pesquisadorda ONG Meio Ambiente Equilibrado (MAE), responsável pela pesquisa. Outros parceiros do projeto foram o Laboratório de Biodiversidade e Restauração de Ecossistemas daUniversidade Federal de Londrina (LABRE/UEL), a Promotoria de Defesa do Meio Ambiente e a Secretaria de Meio Ambiente do Paraná (SEMA).
De acordo com a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes, o projeto é bem importante, pois busca proteger alguns dos últimos remanescentes florestais bem conservados da região como o Parque Estadual da Mata dos Godoy, região que é considerada como prioritária para preservação pelo Ministério do Meio Ambiente. “A antadesempenha papel fundamental na dispersão de sementes de espécies florestais, contribuindo também para a manutenção da floresta. Por isso, apoiar projetos com foco nesse mamífero é extremamente importante e gera resultados efetivos para a conservação da natureza”, comenta Malu.
O projeto ‘Caminho das Antas’ atua com a comunidade do entorno, explicando a importância da conservação dessa espécie. “As antas utilizam alguns dos fragmentos de florestas que estão dentro de áreas agrícolas, por isso é necessário envolver esses proprietários para que eles entendam o seu papel na preservação dessa espécie. Eles são atores importantes e precisam ser inseridos nesse processo”, ressalta Panachão.
Malu Nunes destaca ainda que é possível essa comunidade ser afetada com a diminuição de antas na região. “Reduções drásticas nas populações podem desencadear desequilíbrios ecológicos tais como o ataque de felinos a criações de animais domésticos, por exemplo”, conclui.
Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.439 projetos de 482 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.
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