quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Contemporaneidade \ Por Waldo Rafael


Alexandre Linhares \  Marden Machado Ana Camargo \  Rodrigo Torres


NEWS DA HORA

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Artista lança projeto em plataforma colaborativa para arrecadar fundos para show, que será viabilizado coletivamente

Curitiba, - Um dos artistas/estilistas mais talentosos, imaginativos e inquietos de sua geração, Alexandre Linhares parte para a 34ª coleção de sua marca Heroína – Alexandre Linhares. O lançamento, marcado para o mês de abril, carrega mais uma vez o DNA do desafio, da atitude política, do laboratório social que marcam os sete anos de existência da grife curitibana.
Com o objetivo de fazer uma apresentação inesquecível para seu público, o designer resolveu apostar no financiamento coletivo para viabilizar financeiramente o desfile/show. Para isso, inscreveu o projeto na plataforma colaborativa Catarse, onde é possível que as pessoas entrem, conheçam a ideia, se inscrevam e colaborem com a quantia que puderam para que, na soma final, o projeto seja realizado.
“Pensamos em várias contrapartidas para as pessoas que ajudarem. Desde a compra antecipada de peças da coleção, mudas de árvores, jantares feitos por nós e participação no desfile são recompensas possíveis. É só entrar e escolher”, conta Alexandre que intitula suas criações como “objetos vestíveis”.
Na Heroína, a roupa é suporte para expressão, questionamentos e discussões sobre temas prementes e atuais como a ação predadora da indústria, a alienação política, o descaso com a cultura local e com o meio ambiente. “Nossa obra carrega ideias e conta histórias possibilitando diálogos. Acreditamos que as grandes mudanças partem de mudanças internas”, diz o artista, conhecido também por performances urbanas e a utilização do seu próprio corpo no processo criativo.
A nova coleção parte do conceito de que estamos todos conectados e fazemos parte de um mesmo organismo vivo. Por isso, convida os curitibanos a “virarem o olhar” para a sua cidade, mostrando as belezas e desafiando os preconceitos e imposições despropositados. “A próxima coleção retratará 'a coisa urbana', que reflete a vida na cidade e uma personagem central que desmorona, ou constrói, todo o conceito de uma geração”, afirma Alexandre. Por enquanto, isso é tudo que o artista adianta, pois tem como ingrediente constante em seus projetos o elemento surpresa.
Todas as despesas correspondentes ao projeto estão descritas na página “Desfile Heroína - Alexandre Linhares” do Catarse. Na “conta”, estão relacionados os gastos desde a locação do espaço, passando por modelos, equipe técnica, material gráfico até o coquetel e divulgação - tudo o que é necessário para a realização de um grande show. A coleção em si já foi concebida e está sendo costurada no ateliê da marca na rua Prudente de Moraes.
“As grandes marcas conseguem viabilizar um desfile com sua receita somada a apoios e patrocínios de empresas. Nós temos e queremos continuar com a nossa essência e por isso vamos contar com o nosso público”, afirma o artista, que testa com esta ação a relevância da sua discussão.

Serviço:
Projeto colaborativo para a realização do Desfile Heroína - Alexandre Linhares
Abril/2015
Informações e adesão ao projeto: www.catarse.me/pt/h-al
 SIM Galeria leva artista brasileiro para Volta NY


Marden Machado fala de cinema na Livraria da Vila

Nesta quinta feira, dia 26 de fevereiro, o jornalista e cinéfilo Marden Machado abre a temporada 2015 do projeto 12 x 12, produzido pela designer e produtora cultural Ana Camargo. Na semana do Oscar e no ano em que a sétima arte completa 120 anos de existência, Marden conduz um bate-papo sobre o tema, no auditório da Livraria da Vila (Shopping Pátio Batel). Além dos bastidores e das impressões do especialista, vamos comentar os relacionamentos dentro dos filmes atuais com a psicóloga Maria Marta Ferreira, com mediação de Ana Camargo. O encontro é aberto ao público a partir das 19h30. 










Artista Rodrigo Torres apresenta projeto SDG, criado exclusivamente para a feira

            A fotografia poderia chegar ao seu fim enquanto material impresso, mas nas mãos de Rodrigo Torres ela recebe um novo uso que modifica sua forma e conteúdo através de processos de colagem e pintura. Em sua primeira participação na Volta NY, feira que acontece paralelamente à Armory 2015 (The Harmony Show), a SIM Galeria apresenta um projeto solo do artista, desenvolvido especialmente para o evento.

            Em um mundo onde a bidimensionalidade impera e a noção de espaço é obtida por meio da tela de um computador ou de um GPS, Rodrigo Torres busca resgatar a tridimensionalidade, o volume e a topografia das paisagens. Paradoxalmente, o artista mescla imagens de satélite em baixa resolução retiradas do Google Maps e fotografias do solo, de autoria própria, para construir um grande mapa 3D. Interligadas através de um trabalho de corte e colagem, tais imagens formam uma instalação modular composta por dezenas de partes que resultam em um relevo original.

            Ao final, surge um mapa que não indica uma localização qualquer, mas que cria um novo lugar. Em alusão ao SIG (Sistema de Informação Geográfica), o artista batizou o projeto de SDG. "Trabalhando com relevos fotográficos, Rodrigo Torres expande o campo da fotografia e transforma seus volumes em formas escultóricas", explicam os diretores da SIM Galeria, Laura e Guilherme Simões de Assis.

            Objetos do cotidiano, como cadeira, vassoura e até mesmo cédulas de dinheiro, formam a base do pensamento das obras assinadas pelo artista. Levando em conta seu próprio processo de produção, ele desconstrói e realiza uma série de intervenções nestes elementos. "Pretendo com a minha prática artística enfrentar os objetos com suas próprias representações pictóricas, escultóricas e fotográficas, a fim de criar um lugar que representa a si mesmo e revela suas narrativas implícitas", conta o artista.

            Formado em pintura pela EBA-UFRJ, Torres trabalhou como assistente do artista plástico Luiz Zerbini entre 2006 e 2010. Participou de várias exposições, dentre elas: U-turn Solo Projects (Buenos Aires Art Fair, 2011), Geração 00 – A nova fotografia brasileira (SESC Belenzinho, 2011), Arquivo Geral (Centro Cultural Hélio Oiticica, 2010), Crossing Borders, Building Bridges (Modified Arts, 2010), 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos (Graça Landeira, 2010), O Elogia da Vertigem (Maison Européenne de la Photographie, 2012) e Um convite à viagem (Itaú Cultural, 2012). Recebeu o Prêmio Itamaraty de Arte Contemporânea em 2013 e o Prêmio Aquisitivo no 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos.

Serviço:
SIM Galeria na Volta NY
Artista: Rodrigo Torres
Local: Pier 90 - West 50th Street at 12th Avenue - New York (NY)
Período: de 5 a 8 de março

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