domingo, 23 de maio de 2010

ENTENDENDO A MODA por André Vasconcellos



ENTENDENDO A MODA

por André Vasconcellos



“Porque estar por dentro é fundamental”




A história do sapato
Por definição, o calçado é a peça do vestuário que possui a finalidade de proteger os pés. Nos países frios, o mocassim e as botas servem como protetores e aquecedores para os pés, ao passo que, nos países mais quentes, usa-se mais a sandália e o chinelo, protegendo os pés, mas sem os abafar.
Hoje, esta peça transcendeu sua finalidade inicial e serve como adorno e acessório de moda, tendo também uma função social e/ou profissional.

A história dos calçados remota de um tempo distante. Muitos atribuem aos egípcios a arte de curtir couro e fabricar sapatos, porém, existem evidências de que os sapatos foram inventados muito antes, no final do Período Paleolítico.
A história do sapato começaria a partir de 10 mil a.C., ou seja, no final do Paleolítico, pois pinturas desta época, em cavernas na Espanha e no sul da França, fazem referência ao calçado.

Entre os utensílios de pedras feitos pelos homens das cavernas, existem vários que serviam para “trabalhar” as peles, o que indica que a arte de curtir é muito antiga. Nos hipogeus egípcios, que eram câmaras subterrâneas usadas para enterros (e que têm idade entre seis e sete mil anos) foram descobertas pinturas que representavam os diversos estados do preparo do couro e dos calçados.

No Antigo Egito, as sandálias dos egípcios eram feitas de palha, papiro ou de fibra de palmeira e era comum a pessoa andarem descalças, carregando as sandálias e usando-as apenas quando necessário. Sabe-se que apenas os nobres da época possuíam sandálias. Mesmo um faraó como Tutancamon usava sandálias e sapatos de couro simples, apesar dos enfeites de ouro.

Na Mesopotâmia eram comuns os sapatos de couro cru, amarrados aos pés por tiras do mesmo material. Os coturnos eram símbolos de alta posição social.

Na Grécia Antiga, os gregos chegaram a lançar moda, como a de modelos diferentes para os pés direito e esquerdos.

Na Roma Antiga, o calçado indicava a classe social. Os cônsules usavam sapato branco, os senadores sapatos marrons presos por quatro fitas pretas de couro atadas a dois nós, e o calçado tradicional das legiões era a bota de cano curto que descobria os dedos.

Na Idade Média tanto homens como mulheres usavam sapatos de couro abertos que tinham uma forma semelhante ao das sapatilhas. Os homens também usavam botas altas e baixas, atadas à frente e ao lado. O material mais corrente era a pele de vaca, mas as botas de qualidade superior eram feitas de pele de cabra.

A padronização da numeração é de origem inglesa. O rei Eduardo I foi quem uniformizou as medidas. A primeira referência conhecida da manufatura do calçado na Inglaterra é de 1642, quando Thomas Pendleton forneceu quatro mil pares de sapatos e 600 pares de botas para o exército. As campanhas militares desta época iniciaram uma demanda substancial por botas e sapatos.

Em meados do século XIX começaram a surgir as máquinas para auxiliar na confecção dos calçados, mas, só com a máquina de costura o sapato passou a ser mais acessível.

A partir da quarta década do século XX, grandes mudanças começam a acontecer na Indústria calçadista como a troca do couro pela borracha e pelos materiais sintéticos, principalmente nos calçados femininos e infantis.

Hoje em dia, temos uma diversidade de modelos, feitos com os mais variados materiais, criando estilos, conceitos, ditando moda e até influenciando as artes ou sendo influenciado por ela. Mais do que uma ferramenta de proteção, o calçado se tornou indispensável ao ser humano, por todos os valores agregados que possui, tais como funcionalidade, estética, diversão e até mesmo fetiches!



Dúvidas? Perguntas? Sugestões?



André Vasconcellos – Consultoria: bravomoda@uol.com.br





André Vasconcellos mora em Curitiba-PR, é estilista formado pela UNESA – Universidade Estácio de Sá (RJ), tendo seu trabalho reconhecido e premiado em vários concursos em todo o Brasil.

Nenhum comentário: